A MORTE NÃO PERGUNTA QUANDO CHEGA E QUEM LEVA- MAS HÁ MUITO QUEM INTERFIRA EM SURDINA OU ÀS ESCÂNCARAS NA VIDA DOS HOMENS - OU PARA O BEM OU PARA O MAL. CARLOS PINTO COELHO, QUE JÁ NÃO PERTENCE AO MUNDO DOS VIVOS, FOI UM VERDADEIRO HERÓI NA SUA PROFISSÃO, ONDE SÓ FEZ BEM - NO ENTANTO, ENCONTROU, NO EXERCÍCIO DA SUA ACTIVIDADE, QUEM LHE FIZESSE MUITO MAL - A ELE, AO JORNALISMO E À CULTURA
Carlos Pinto Coelho, já partiu: Morreu Carlos Pinto Coelho, o senhor “Acontece” e, com ele todas as suas dores de alma, pelas impiedosas travessuras que lhe fizeram, em vida, certos políticos. Disso, ele próprio se lamentou, numa entrevista dada ao Diário de Noticias, em 8 de Março, deste ano, na véspera de ser distinguido, pelo Governo francês com a insígnia de Oficial da Ordem das Artes e das letras.
Carlos Pinto Coelho, já partiu: Morreu Carlos Pinto Coelho, o senhor “Acontece” e, com ele todas as suas dores de alma, pelas impiedosas travessuras que lhe fizeram, em vida, certos políticos. Disso, ele próprio se lamentou, numa entrevista dada ao Diário de Noticias, em 8 de Março, deste ano, na véspera de ser distinguido, pelo Governo francês com a insígnia de Oficial da Ordem das Artes e das letras.
PASSEMOS-LHE A PALAVRA, QUE TRANSMITIU A ESSE PRESTIGIADO MATUTINO -PORQUE SÓ ELE, Carlos Pinto Coelho , A SOUBE DIZER, NO SEU ESTILO BEM PESSOAL, PERSCRUTADOR, INTELIGENTE E CALMO, ONDE, COMO E QUANDO A NOTICIA "ACONTECE"
"Ainda não ouvi ninguém falar , nem sequer colegas, sobre o que o ministro Morais Sarmento fez ao meu programa. Há apenas um enorme alvoroço", disse Carlos Pinto Coelho ao DN.
Amanhã vai ser agraciado pelo Governo francês com a insígnia de Oficial da Ordem das Artes e das Letras. Como se sente perante este reconhecimento?
Sinto-me surpreendido mas muito orgulhoso. Estou honrado. É um pequeno presente da vida que ajuda a superar os momentos em que me senti maltratado.
Qual a sua relação com a cultura francesa?
Sinto-me surpreendido mas muito orgulhoso. Estou honrado. É um pequeno presente da vida que ajuda a superar os momentos em que me senti maltratado.
Qual a sua relação com a cultura francesa?
Quem aceita este tipo de condecorações não corre o risco de ser amestrado pelo poder?
Não. Basta-me olhar para todos os que antes de mim as receberam, Eduardo Lourenço, Manoel de Oliveira. Nenhum deles se deixou amestrar pelo poder.
Em Portugal há o mesmo reconhecimento pelo seu trabalho?
Da parte do público, sim. Dos políticos não espero nada. Não peço favores, não recebo favores.Não me queixo do meu país.Não me queixo da RTP. Só me queixo do José Fragoso pelo facto de estar à espera, há um ano e meio, que ele responda a uma proposta que lhe enviei de um programa cultural que criei. Aquele menino está sentado na cadeira onde eu estive durante quatro anos.Quando ele ainda era jornalista do Público pediu-me uma entrevista e eu recebi-o no dia seguinte.Ele não me responde há um ano e meio.
Que opinião tem sobre as alegadas interferências do poder político nos media?
Nenhum caso dos que se fala agora foi tão flagrante como o caso Acontece. Nesta onda de acusações sobre a entrada do poder político nos media, ainda não ouvi ninguém falar, nem sequer colegas, sobre o que o ministro Morais Sarmento fez ao meu programa. Há apenas um enorme alvoroço. Ainda não vi nenhum sinal concreto de dedo directo do poder político dentro dos media que se dizem visados.
Como vê o panorama do jornalismo em Portugal?
Há gente muito boa a fazer um trabalho jornalístico muito digno. E de todos estes dias do jornalismo português não vai ficar nem rasto nem glória. Destes jornalistas que estão sentados sobre o poder que acham que a sua opinião tem, como é o caso de Mário Crespo, que é um exemplo de histrionismo público.
Gosta do programa Câmara Clara na sua versão diária?
.O Câmara Clara diário ainda não existe. Está a fazer-se. O semanal inaugurou um formato novo, tem coisas apelativas e outras que são francamente de rejeitar. Mas não tem nada a ver com o meu Acontece.
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