
Ao soprar o vento leste,
Exalem seu perfume,
Oh flores da ameixieira!
Mesmo longe do seu mestre,
Não se esqueçam da Primavera.
Suguwara-no-Michizane , século IX,
poema escrito às suas amadas ameixoeiras,
pouco antes da sua morte
é sempre madrugada”
Matsuô Bashô (1644-1694).....
O PAÍS DO SOL NASCENTE ESTÁ ENSOMBRADO PELO QUE JÁ SOFREU E PELO QUE AINDA PODERÁ VIR A SOFRER - A TERRA ONDE O SOL NASCE MAIS CEDO - DE ORIENTE PARA OCIDENTE - DEPOIS DE ILUMINAR O PACÍFICO, ESTÁ DE LUTO:
O JAPÃO TREMEU E FOI VARRIDO PELA DEVASTAÇÃO DAS ÁGUAS E PAIRA AGORA SOBRE A SUA ATMOSFERA UMA HECATOMBE NUCLEAR, CUJA NUVEM RADIOACTIVA SE ESTENDE AGORA POR OUTRAS ÁREAS E PAÍSES.
.Para quem viaja ao encontro do sol,
NÓS QUEREMOS ESTAR SOLIDÁRIOS, COM O SOFRIMENTO, NAS HORAS GRAVES QUE AGORA VIVE...
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O ACTOR JOÃO CANTO E CASTRO VAI ESTAR PRESENTE COM A SUA VIOLA DE CORDAS OU VIOLINO - COM SONS QUE NOS FARÃO AINDA DESLUMBRAR MAIS E FAZER REFLECTIR SOBRE OS FENÓMENOS DE MÃE-NATUREZA
A cerimónia tem início às 07.00 horas da manhã, momento em que o sol atravessa a gruta da Pedra da cabeleira de Nossa Senhora - Com a participação do actor Canto e Castro e Jorge Carvalho.


Se , por um lado, nesses produtos da moderna tecnologia se obtém energia dita limpa, por outro, poderão resultar tragédias que causarão o pavor e a morte a partes ao até a todo o planeta. Quais as consequências e que alternativas, para que não aconteçam as tragédias que estão a contaminar grandes áreas, além do próprio Japão e a colocar em risco de vida as suas populações? - Essa é uma questão que, a Comissão da Celebração do Equinócio, nos Templos do Sol, propõe a todos quantos queiram participar no referido evento.
Durante o acto evocativo, serão lidos poemas japoneses , alusivos à Primavera, já manchada pelo drama actual vivido nas Terras do Sol Nascente
A CELEBRAÇÃO DA PRIMAVERA, ASSINALADA POR MOMENTOS DE POESIA E DE REFLEXÃO SOBRE A AMEAÇA NUCLEAR QUE PAIRA SOBRE O JAPÃO E QUE SE ESTENDE JÁ A OUTROS PAÍSES.


A cerimónia tem início às 07.00 horas da manhã, momento em que o sol atravessa a gruta do enorme penedo .

Pretende-se com esta acção, reflectir sobre a ameaça nuclear que paira sobre o Japão e se estende já a outras regiões do globo.
A catástrofe surgiu na sequência do violento sismo, que ocorreu no Japão, no passado dia 11 de Março e que originou um devastador tsnunami.
O templo sacrificial, orientado no sentido nascente-poente, ergue-se no alto de um maciço rochoso, próximo de um antigo castro, no perímetro do Parque Arqueológico e a curta distância da Pedra do Solstício.
Tem a forma de um gigântico crânio, atravessado, na sua base, por uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada pelo seu eixo no preciso momento em que o Sol nasce.
Situa-se nos arredores da aldeia de Chãs, no monte dos Tambores, cenário mítico, e já habitual, para assinalar a entrada da estação mais florida do ano

A iniciativa conta com o apoio especial da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, (um obrigado de muito apreço ao seu Presidente, Sr. Eng. Gustavo Duarte(sem a sua compreensão era-nos muito difícil fazer esta festa - pois, em termos monetários, foi a única instituição que nos apoiou; ainda a colaboração dos proprietários dos sítios, onde se localizam os monumentos, (Dr. Teresa Marques e Fernando José); Junta de Freguesia de Chãs; Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Chãs(António Lourenço - incansável desde a primeira hora ele e Amélia Lourenço); Quinta CALCATERRA - Agroturismo em Mêda, Dr. Filipe Montinho e a Engª Ulrique Motinho - Desejamos as melhoras ao Eng. Moutinho- E igualmente uma palavra de reconhecimento aos nossos amigos do BLOGUE Foz-Côa Friends - Nomeadamente, João Pala e Maurício Lobreiro e o Pof. José Ribeiro. E, á agora, em meu nome pessoal, o agradecimento à prestimosa colaboração de todos os restantes elementos da Comissão Organizadora, Fernando Baltazar, Silvério Baltazar , Jacinto, e outros..
jornalistas da ASSOCIAÇÃODA IMPRENSA ESTRANGEIRA EM PORTUGA
Associação da Imprensa estrangeira, em Portugal, chegaram mesmo a colaborar na festa do solstício - imagem ao lado. - Uma palavra de muito apreço para o jornalista da RTP. Jorge Esteves - Que, para ali estar nas manhãs do Equinócio, quase não dorme - O trabalho dele, no distrito, tem sido valiosíssimo
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O nosso objectivo, não é apenas evocar o passado, recuperar tradições esquecidas , mas aprofundar o conhecimento arqueológico e histórico da área, contar com os contributos de vários saberes, e, obviamente, a opinião dos técnicos do PAVC, é muito importante - Ainda, há bem pouco tempo, lhes entreguei, para estudo, um minúsculo amuleto em osso, encontrado próximo da Pedra da Cabeleira, que os maravilhou - E também já lhe dei alguns objectos de cerâmica e percutores.
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- Até porque a mais bela poesia, de inspiração haikai (e pena é que a dediquemos por força de tão horrível tragédia) é a dos grandes poetas japoneses, nomeadamente a inspirada na Primavera, cujos poemas assentam na simplicidade, coesão e no culto da natureza, apelando à imaginação do leitor..
JÁ NADA PODERÁ SER COMO DANTES - VÁRIAS VILAS E CIDADES FORAM COMPLETAMENTE ARRASADAS E RISCAS DO MAPA . A PRIMAVERA VAI FLORIR, ONDE A VAGA DA DEVASTAÇÃO, NÃO CHEGOU MAS AS FLORES DAS CEREJEIRAS, NÃO VÃO ENCHER DO MESMO ENCANTO OS SORRISOS E OS PAIS DAS CRIANÇAS
LEITURA DE POEMAS DE ALGUNS POETAS JAPONESES – MAS, SOBRETUDO, DE CASIMIRO DE BRITO, O POETA ALGARVIO QUE TEM UMA VASTA OBRA INSPIRADA NA POESIA DOS GRANDES POETAS JAPONESES

Contamos ler alguns poemas de autores japoneses e de Casimiro de Brito, o poeta português que mais se debruçou e inspirou na poesia do sol nascente – O país mais a leste, no mapa mundi, para lá do qual se estende o vasto pacífico –
Um antigo provérbio japonês defende que os poemas apenas se deixam encontrar por quem os merece. Quis o caso que agora fossemos ao encontro, justamente de um acaso que acabaria por marcar a obra poética de Casimiro de Brito – Mas , é tal coisa, nada surge por mero caso.
Pelos vistos, Casimiro de Brito, tinha mesmo que ser inspirado por uma circunstância fortuita mas especial: diz um estudo sobre a sua poesia: “aos vinte anos, quando seguia o curso English by Radio, da BBC, o jovem Casimiro de Brito é seleccionado para passar uma temporada de aperfeiçoamento da língua num colégio em Londres. Na capital britânica, partilhou um quarto com um professor de Estudos Orientais — um acaso que viria a marcá-lo decisivamente. Aí, contactou pela primeira vez com a poesia chinesa e japonesa, deixando-se permear pela condensação e pela beleza enigmática
Poesia que ele não hesita em afirmar: "conheci uma poética que hoje considero a mais bela de todos os tempos (comparável só as nossas cantigas de amigo); entrei num campo de trabalho como eu gosto, a longo prazo, para sempre; entrei na vida (física, mental, sensível) de um ser celestial, a minha amiga japonesa, enfim, coisas bonitas que mudaram o meu caminho. Nunca mais deixei de respirar essa poesia e, sobretudo, nunca mais deixei de pensar (e de fazer) que é preciso conhecer mais do que a nossa tradição poética (Faria, 2006"
"Efectivamente, quase cinquenta anos e quarenta livros depois, Brito continua fiel às musas orientais, em particular às japonesas. Ao longo do seu trabalho de escritor, cultivou o haiku, elaborou homenagens a autores do sol nascente (Brito, 1985: 184), e acalenta ainda o projecto de recolher 1500 poemas traduzidos numa obra intitulada Livro dos Haiku. Casimiro de Brito
Levantamos casas para o amor
cidades bombardeamos para a morte
Plantamos a seara para o amor
racionamos o trigo para a morte
Florimos atalhos para o amor
rasgamos fronteiras para a morte
Escrevemos poemas para o amor
lavramos escrituras para a morte
o amor e a morte
somos
(Brito, 1995: 43).
A ideia de dedicarmos a celebração do equinócio à situação do Japão, surgiu-me, ao consultar o correio digital e ao deparar com uma mensagem do Shingo Munakata- que, embora em meia dúzia de linhas, exprime a sua inquietação.
Trata-se de um jogador de futebol japonês, que esteve um mês em minha casa, na sua viagem de trânsito do Brasil para a sua pátria. Quis um acaso que nos conhecêssemos, quando ele fazia um treino na Alameda Dom Afonso Henriques, em Lisboa, e eu também andava por ali a dar umas corridas, o que, aliás, é já uma prática habitual para os moradores da vizinhança.
Suspendeu a viagem porque manifestou desejo de jogar em Portugal e queria que eu fizesse algumas diligências, a pedido da empresa de Pélé, com a qual me pôs em contacto, ao saber que eu era jornalista e que o poderia ajudar, tendo falado com Kako, antigo jogador da selecção brasileira, que trabalha na agência do grande ídolo canarino. Como não sou a pessoa entendida nestas coisas futebolísticas, o Shingo, ainda chegou a passar uma declaração a um dos agentes da especialidade. Só que, as contratações de Janeiro de 2010 (pois foi nessa altura) já estavam no fim do prazo. E não lhe restou outra alternativa, de que retomar a viagem para o Japão.Shingo Munakata – Wikipédia,
oi jorge tudu bem?? como esta voce???
eu to aqui japao to jogando, mais voce viu terremoto???
nao creditar assimmm...
to bem meu amigo.
manda e-mail meu pae de portogal.....
abraco.
eu to aqui japao to jogando, mais voce viu terremoto???
nao creditar assimmm...
to bem meu amigo.
manda e-mail meu pae de portogal.....
abraco.
Já há algum tempo que não tinha notícias dele, porém, hoje, ao consultar o correio digital, deparei com uma mensagem que muito me comoveu, cujo conteúdo aqui reproduzo, a par de de uma das suas fotografias: no clube brasileiro CaxiasFutebol Clube
Ele tivera o início de uma carreira auspiciosa. Chegara a ser uma das mais notáveis vedetas do sub-20. Depois jogou em Espanha, Alemanha e no Brasil, mas a morte de sua mãe, haveria de se reflectir profundamente no seu desempenho em campo. Joga actualmente no Japão, mas longe de ser a vedeta que foi. No Brasil ainda chegou a ser apresentado como um craque Caxias apresenta japonês Mukanakta .Porém, longe do seu país e ainda muito sentido pela perda da sua amada mãe, não se enquadrou
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